01. (ENEM – 2009) Populações inteiras, nas cidades e na zona
rural, dispõem da parafernália digital global como fonte de educação e de
formação cultural. Essa simultaneidade de cultura e informação eletrônica com
as formas tradicionais e orais é um desafio que necessita ser discutido. A
exposição, via mídia eletrônica, com estilos e valores culturais de outras
sociedades, pode inspirar apreço, mas também distorções e ressentimentos. Tanto
quanto há necessidade de uma cultura tradicional de posse da educação letrada,
também é necessário criar estratégias de alfabetização eletrônica, que
passam a ser o grande canal de informação das culturas segmentadas no interior
dos grandes centros urbanos e das zonas rurais. Um novo modelo de educação.
BRIGAGÃO, C. E.; RODRIGUES, G. A
globalização a olho nu: o mundo conectado. São Paulo: Moderna, 1998
(adaptado).
Com
base no texto e considerando os impactos culturais da difusão das tecnologias
de informação no marco da globalização, depreende-se que a) a ampla difusão das tecnologias de informação nos centros urbanos e no meio rural suscita o contato entre diferentes culturas e, ao mesmo tempo, traz a necessidade de reformular as concepções tradicionais de educação.
b) a apropriação, por parte de um grupo social, de valores e ideias de outras culturas para benefício próprio é fonte de conflitos e ressentimentos.
c) as mudanças sociais e culturais que acompanham o processo de globalização, ao mesmo tempo em que refletem a preponderância da cultura urbana, tornam obsoletas as formas de educação tradicionais próprias do meio rural.
d) as populações nos grandes centros urbanos e no meio rural recorrem aos instrumentos e tecnologias de informação basicamente como meio de comunicação mútua, e não os veem como fontes de educação e cultura.
e)a intensificação do fluxo de comunicação por meios eletrônicos, característica do processo de globalização, está dissociada do desenvolvimento social e cultural que ocorre no meio rural.
02. (ENEM – 2009) Além dos inúmeros eletrodomésticos e bens
eletrônicos, o automóvel produzido pela indústria fordista promoveu, a partir
dos anos 50, mudanças significativas no modo de vida dos consumidores e também
na habitação e nas cidades. Com a massificação do consumo dos bens modernos,
dos eletroeletrônicos e também do automóvel, mudaram radicalmente o modo de
vida, os valores, a cultura e o conjunto do ambiente construído. Da ocupação do
solo urbano até o interior da moradia, a transformação foi profunda.
MARICATO, E. Urbanismo
na periferia do mundo globalizado: metrópoles brasileiras.
Disponível em: http://www.scielo.br. Acesso
em: 12 ago. 2009 (adaptado).
Uma
das consequências das inovações tecnológicas das últimas décadas, que
determinaram diferentes formas deuso e ocupação do espaço geográfico, é a instituição das chamadas cidades globais, que se caracterizam por
a) possuírem o mesmo nível de influência no cenário mundial.
b) fortalecerem os laços de cidadania e solidariedade entre os membros das diversas comunidades.
c) constituírem um passo importante para a diminuição das desigualdades sociais causadas pela polarização social e pela segregação urbana.
d) terem sido diretamente impactadas pelo processo de internacionalização da economia, desencadeado a partir do final dos anos 1970.
e) terem sua origem diretamente relacionadas ao processo de colonização ocidental do século XIX.
03. (ENEM – 2007) Não só de aspectos físicos se constitui a
cultura de um povo. Há muito mais, contido nas tradições, no folclore, nos
saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e manifestações
transmitidos oral ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao
longo do tempo. A essa porção intangível da herança cultural dos povos dá-se o
nome de patrimônio cultural imaterial.
Internet: <www.unesco.org.br>.
Qual
das figuras abaixo retrata patrimônio imaterial da cultura de um povo?Internet: <www.unesco.org.br>.
a)
b)
c)
d)
e)
04. (IFG) Observe a figura do Projeto do Plano Piloto
de Brasília e assinale a alternativa correta sobre o processo histórico de
transferência da capital brasileira em diferentes momentos.
COSTA, L. Projeto do Plano Piloto de Brasília.
1957. Disponível em: <http://www.arquitetonico.ufsc.br/unidade-de-vizinhanca
> Acesso em: 28 out. 2013.
a) No século XX, o país teve a sua capital transferida por
duas vezes: no primeiro momento, de Salvador para o Rio de Janeiro e, no
segundo, para Brasília. Nas duas ocasiões, isso ocorreu como resultado de
movimentos emancipacionistas de ruptura política.
b) A transferência da capital brasileira, de Salvador para o
Rio de Janeiro, resultou, principalmente, do processo de independência política
em 1822, como conotação de elemento subversivo da ordem colonial.
c) A transferência da capital para Brasília traduziu a
plataforma política do nacionalismo desenvolvimentista de Juscelino Kubitscheck
e concretizou as estratégias das elites políticas e econômicas brasileiras em
distanciar a administração federal das grandes aglomerações urbanas do sudeste
e, portanto, das pressões políticas dos diversos setores sociais.
d) A ocupação histórica humana e econômica do Plano Piloto
de Brasília permitiu a redução das disparidades socioeconômicas existentes
entre as diferentes regiões brasileiras e também daquelas no interior da
própria capital federal.
e) O contexto histórico de transferência da capital federal
para Brasília foi marcado pela repressão política da Era Vargas e representou a
afirmação das ideias do nacionalismo fascista do Estado Novo.
05. (UFF) Reconhecido há tempos, dentro e fora do
Brasil, como manifestação artística legítima e pública, o grafite vem sendo
visto também como um elemento relevante do espaço urbano, pois nele realiza
sucessivas intervenções.
Jornal do Brasil, 26/02/2010.
Com base nessa ideia e no foco da matéria jornalística, é
correto afirmar que atualmente o grafite
a) estimula e aprofunda o desemprego entre a população
jovem urbana.
b) potencializa e provoca a revolta de grupos sociais
oprimidos.
c) renova e estetiza diversos trechos da paisagem
urbana.
d) fortalece e antecipa o aspecto marginal das
pichações.
e) abandona e contesta valores estéticos externos à
cultura nacional. Com base nessa ideia e no foco da matéria jornalística, é
correto afirmar que atualmente o grafite
06. (UFAM) Na grande cidade, há cidadãos de
diversas ordens ou classes, desde o que, farto de recursos, pode utilizar a
metrópole toda, até o que, por falta de meios, somente utiliza parcialmente,
como se fosse uma pequena cidade, uma cidade local. Dessa forma, a rede urbana
e o sistema de cidades também têm significados diversos, segundo a posição
financeira do indivíduo. Há, num extremo, os que podem utilizar
todos os recursos ali presentes. Em outro, há os pobres de recursos, que são
prisioneiros do lugar, isto é, dos preços, da carência local. Para
estes a rede urbana é uma realidade pertencente a um sonho
insatisfeito. Por isso são cidadãos diminuídos incompletos.
Adaptação extraída de SANTOS, Milton. Espaço do cidadão
(1987).
No estudo das cidades, qual das alternativas a seguir melhor
espelha os aspectos mencionados no Texto.
a) As regiões sul e sudeste receberam esmagadora
quantidade de migrantes, cuja mão de obra qualificada contribuiu para o
desenvolvimento e descentralização das condições de infra-estrutura urbana.
b) A modernização da indústria proporcionou a concentração
de pessoas nas grandes cidades, facilitando as condições de moradia e qualidade
de vida nos núcleos urbanos.
c) O espaço urbano é amplamente dominado por agentes
hegemônicos, que direcionam investimentos para seus interesses, organizando o
tráfego de veículos particulares, informação e energia. Relegam assim,
investimentos sociais, excluindo os pobres da modernização.
d) A rede urbana das cidades brasileiras propicia
transformações no espaço, possibilitando às políticas públicas atender aos
requisitos de cidadania e inclusão das classes menos privilegiadas.
e) A partir da década de 70, a infraestrutura de transportes
e comunicação foi se expandindo pelo país, favorecendo as condições de
urbanização para excluídos sociais.
07. (UFMG) Analise este trecho de música, em que se
retratam condições socioambientais das grandes cidades brasileiras:
A Cidade
A
cidade se apresenta centro das ambições
Para
mendigos ou ricos e outras armações
Coletivos,
automóveis, motos e metrôs
Trabalhadores,
patrões, policiais e camelôs
A
cidade não pára, a cidade só cresce
O
de cima sobe e o de baixo desce
Chico Science, “A Cidade”.
A partir dessa análise, é INCORRETO afirmar
que, nesse trecho de música, o autor
a) considera a exclusão social como uma característica
marcante das sociedades urbanas, que tem aumentado à medida que se intensifica
a concentração de renda.
b) denuncia a pequena mobilidade econômica das classes
sociais, decorrente da intensificação da divisão do trabalho que acompanha o
processo de urbanização.
c) exalta o modo de vida urbano ao alegar que, nas cidades,
a posse de bens duráveis – como automóveis e motocicletas – é traço
característico de seus habitantes.
d) inclui o contingente populacional urbano inserido no
mercado de trabalho informal, comumente ligado à expansão do subemprego e do
desemprego estrutural.
08.
(FATEC) Considere a foto para responder à questão.
O
Arco do Triunfo foi iniciado por ordem de Napoleão Bonaparte em 1806, e a Paris
dos boulevares (das avenidas) surgiu a partir da reforma urbana implantada pelo
barão Haussmann, prefeito de Paris entre 1853 e 1870, período em que a França
era governada por Luís Bonaparte. A foto demonstra o resultado final dessas
duas iniciativas que representam a vitória do projeto
a)
socialista de uma cidade em que seus espaços devem pertencer igualmente a todos
os cidadãos.
b)
burguês em que o embelezamento da cidade, os parques, novos edifícios e
monumentos devem atender mais às necessidades da classe burguesa do que às da
população mais pobre.
c)
anarquista de uma cidade onde a população não precisaria de um órgão
governamental, pois os próprios cidadãos a governariam.
d)
neoliberal em que a economia da cidade deve ser gerada não mais pelo
investimento do Estado e sim pelo livre investimento das empresas privadas.
Ç
e) comunista de uma cidade moldada nas diretrizes da Primeira Internacional
Comunista.
09.
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela
dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de
trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e
incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os
aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das
qualidades morais e à prática das atividades políticas".
VAN
ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.
O
trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a
cidadania:
A)
Possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os
políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos
cidadãos tem de trabalhar.
B)
Era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto
de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.
C)
Estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que
levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.
D)
Tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos
cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
E)
Vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à
política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.
10.
(Enem 2011)
A imagem representa as manifestações
nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século XX, que
integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social da
época, essa revolta revela:
(A)
a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana
autoritária.
(B)
a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a
erradicação das epidemias.
(C)
a garantia do processo democrático instaurado com a República, através da
defesa da liberdade de expressão da população.
(D)
o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a
população em geral.
(E)
o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez
de privilegiar a elite.
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