sábado, 19 de setembro de 2015

Brasil (1808 – 1822)

A VINDA DA FAMÍLIA REAL PARA O BRASIL

Ø  Antecedentes
o    Ascensão de Napoleão ao trono francês 1804;
o    Motivação: bloqueio continental 1806;
o    Invasões napoleônicas.
o    Fuga: 29 de novembro de 1807;
o    Chegada ao Rio: 8 de março de 1808.

Ø  Brasil, sede da monarquia portuguesa (1808-1821)
o    Logo após a chegada do príncipe regente a Salvador, ele decretou a abertura dos portos, ou seja, a livre exportação de produtos coloniais.
o    O início do processo formal de independência do Brasil está associado à chegada da corte portuguesa ao Brasil, pois a colônia passou a ser o centro das decisões do governo português.
o    No mesmo ano, D. João revogou a proibição de se instalarem manufaturas e indústrias no Brasil, imposta pelo Alvará de 1785. Isso, entretanto, não foi suficiente para promover um surto manufatureiro na colônia, devido à impossibilidade de nossos produtos concorrerem com os ingleses, abundantes e a preços mais baixos.
o    A fim de ampliar ainda mais seu predomínio econômico sobre o Brasil, a Inglaterra pressionou Portugal a assinar os tratados de 1810, que lhe garantiam a taxação privilegiada de 15% de imposto sobre seus produtos vendidos no Brasil, enquanto as mercadorias portuguesas pagariam 16% e as dos demais países, 24%.
o    Além das vantagens econômicas, os ingleses conseguiram outros benefícios, como o de qualquer cidadão inglês que infringisse a lei dentro do Império Luso seria julgado por leis e juízes ingleses.
o    Estabeleceram ainda os tratados de liberdade de culto protestante para cidadãos ingleses, até então proibido.
o    Na medida em que o governo português dependia da proteção britânica diante da ameaça napoleônica, na prática, a Inglaterra conseguia subordinar os interesses lusos aos seus.

Ø  Governo Joanino (1808-1821)
o    O Rio de Janeiro tornou-se a capital do Império Luso.
o    Foram instalados órgãos públicos, como ministérios e tribunais, da Casa da Moeda e do Banco do Brasil. Além disso, foram criados o Jardim Botânico, as escolas de medicina da Bahia e do Rio de Janeiro, o Teatro Real, a Imprensa Real, a Academia Militar, a Academia Real de Belas-Artes, a Biblioteca Real, que constituíram estímulos à produção artística, científica e cultural da colônia.
o    A administração joanina também propiciou a vinda da missão artística francesa, que retratou paisagens e costumes de brasileiros, tanto dos sertões quanto da corte no Rio de Janeiro, e cujo principal representante foi o pintor Jean-Baptiste Debret.
Política externa
o    D. João declarou guerra à França e invadiu a Guiana Francesa, em 1809, devolvendo-a em 1817, após Napoleão Bonaparte ter sido derrotado pelas forças europeias.
o    Aproveitando-se das guerras pela independência da América espanhola, iniciadas com o período napoleônico, invadiu também o território pertencente à Espanha, ao sul do Rio Grande do Sul, transformando-a na Província Cisplatina.

Ø  Enquanto isso, em Portugal...
o    A população conquistara a vitória sobre as tropas invasoras napoleônicas.
o    Em meio à difusão intensa dos ideais iluministas, em 1820 eclodiu a revolução liberal na cidade do Porto, também conhecida como vintismo.
Revolução Constitucionalista do Porto
o    Visava restaurar a dignidade de Portugal.
o    Exigia o afastamento de Beresford e o imediato regresso de D. João VI.
o    Queria recuperar a economia portuguesa arruinada.
o    Pretendia salvar o povo da miséria.
o    Receoso de perder a Coroa – passada para suas mãos com a morte de sua mãe, D. Maria I –, o monarca português, família e corte retornou a Portugal em abril de 1821, deixando seu filho D. Pedro como príncipe regente no Brasil.

Ø  Regência de D. Pedro (1821-1822)
o    Durante a regência, Portugal exigiu:
o    A recolonização do Brasil.
o    O retorno de D.Pedro I.

o    A recuperação do monopólio.
o    A anulação do poder concentrado no Rio de Janeiro.
o    Sentindo-se ameaçados em sua autonomia, alguns indivíduos favoráveis à independência e contrários às medidas recolonizadoras por parte de Portugal formaram o Partido Brasileiro.
o    No dia 09/01/1822, o Partido Brasileiro solicitou que D.Pedro I ficasse no Brasil, através de um abaixo-assinado com 8.000 assinaturas. (Dia do fico)
o    As tropas portuguesas manifestaram-se contra a decisão do príncipe regente, que interferiu pessoalmente para forçar seu comandante a abandonar o Rio de Janeiro.
o    Pouco depois a demissão em massa dos ministros portugueses levou D.Pedro a organizar um novo ministério, formado só por brasileiros, sob a chefia de José Bonifácio.
o    Esse ministério estabeleceu, em maio de 1822, o “Cumpra-se”, decreto pelo qual as ordens de Portugal só seriam executadas dentro do território brasileiro com a expressa autorização do príncipe regente.
o    Pela confirmação de seu comprometimento com os brasileiros, D.Pedro foi intitulado “defensor perpétuo do Brasil” pela câmara do Rio de Janeiro
o    Em junho de 1822, D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte para elaborar a lei básica que deveria regulamentar a vida dos brasileiros, tornando cada vez mais inevitável uma confrontação com Portugal.
o    Em agosto, enquanto estava em visita às comarcas da província de São Paulo, chegaram novas ordens de Lisboa, anulando suas decisões e exigindo seu imediato regresso.
o    Mandado por José Bonifácio para colocar D.Pedro a par das notícias recém-chegadas da corte, o mensageiro Paulo Bregaro foi encontrá-lo na tarde do dia 7 de setembro, voltando de Santos, às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo.
o    Ao ler as notícias e as considerações feitas pelo conselheiro José Bonifácio e por sua esposa Dona Leopoldina, que o substituíra em sua ausência, D.Pedro decidiu proclamar o Brasil independente de Portugal.
o    Algumas figuras políticas se destacaram na luta pela independência do Brasil. José Bonifácio defendia a monarquia como melhor regime político para o Brasil e, nesse momento, era grande aliado de D.Pedro.

Ø  A “eminência parda”:
o    José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), nascido em Santos (Brasil), estudou mineralogia na Academia de Minas de Freiberg, professor de Metalurgia da Universidade de Coimbra.
o    1822: Nasce o Império do Brasil
o    O povo vai às ruas para comemorar.
o    A independência não alcançou todas as províncias.
o    Portugal ainda controlava a Bahia, o Grão-Pará, o Maranhão, o Piauí e a Cisplatina (atual Uruguai).
o    As lutas pela independência duraram cerca de dois anos.

Ø  A independência na Bahia
o    Na Bahia concentrou-se o maior foco de resistência portuguesa, comandada pelo general Madeira de Melo.
o    Na tentativa de impedir a Independência, os portugueses cometeram vários excessos, chegando, inclusive, a assassinar sóror Joana Angélica, superiora de um convento, sob a alegação de que ela dera refúgio aos “inimigos brasileiros”.
o    Labatut dirigiu o primeiro ataque a Salvador e às suas forças somaram-se as de Cochrane e Taylor. No dia 2 de julho de 1823, derrotado, Madeira de Melo regressou a Portugal.
o    Portugueses foram derrotados na Batalha de Pirajá. Idêntica capitulação sofreram as tropas portuguesas no Piauí, no Maranhão e no Pará.
o    Na Província Cisplatina as tropas portuguesas foram cercadas em Montevidéu, pelo general Frederico Lecor, que havia aderido ao movimento emancipacionista do Brasil. Os portugueses, comandados por Álvaro da Costa, acabaram se rendendo pela fome, pois não chegavam alimentos até eles. Com a vitória do governo imperial sobre esses focos de resistência, estava assegurada a integração territorial do Brasil.

Levantes contra a independência
o    O governador do Piauí não só não quer aderir como ameaça invadir o Ceará.
o    É derrotado e se rende.
o    Maranhão e Pará são anexados ao governo do Rio de Janeiro graças à ação de Cochrane e Grefeld.

Ø  COROAÇÃO DE D. PEDRO I
O reconhecimento da Independência
o    Áustria, Prússia e Rússia (Santa Aliança) queriam invadir o Brasil.
o    A Inglaterra era aliada do Brasil.
o    Os EUA reconheceram a independência do Brasil.
o    Portugal exige 2 milhões de libras esterlinas (moeda inglesa) para aceitar a independência.
o    O Brasil pega o dinheiro emprestado com a Inglaterra.

o    A Inglaterra reconhece a independência, mas exige a renovação do tratado de comércio e navegação por mais 15 anos.
o    Esse tratado dá aos ingleses as oportunidades de obterem lucros fabulosos e pagarem menos impostos.
o    Se não tivesse sido pelos acordos o Brasil teria podido fomentar sua industrialização através de protecionismo e com isto ter adiantado seu processo de desenvolvimento em quase um século?

“Portanto, não se pode afirmar que, se o governo brasileiro houvesse gozado de plena liberdade de ação, o desenvolvimento econômico do país teria sido muito intenso. ”
(Celso Furtado)


v  BRASIL IMPÉRIO (1822 – 1889)

Brasil I Reinado (1822-1833)
  Ordem social e econômica do período colonial:
¡  Latifúndio, monocultura, agro exportação e escravismo.

  Reconhecimento externo da independência:
¡  1º - EUA (1824): Doutrina Monroe + mercados.
¡  2º - POR (1825): indenização de 2 milhões de libras.
¡  3º - ING (1825): empréstimo de 2 milhões de libras + renovação de tratados de 1810 (privilégios alfandegários) + fim do tráfico negreiro (não cumprido).

  Dependência econômica:
¡  Empréstimos e impostos.

  Constituição imperial:
A) “Constituição da Mandioca” (1823) – projeto frustrado:
ü  Submissão do poder Executivo ao poder Legislativo.
ü  Voto censitário (150 alqueires de mandioca).
B) 1ª Constituição Brasileira (1824):
ü  Outorgada.
ü  Monarquia Constitucional Hereditária.
ü  Catolicismo oficial.
ü  Igreja atrelada ao Estado (Padroado e Beneplácito).
ü  4 poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador.
ü  Voto censitário e indireto.
o    100 mil réis – mínimo.

  Confederação do Equador (1824):
ü  Revolta separatista, urbana, republicana e popular.
ü  PE, RN, CE, PB e AL.
ü  Causas:
o    Autoritarismo de D. Pedro I.
o    Pobreza generalizada.
o    Alta de impostos.
ü  Líderes: Paes de Andrade, Cipriano Barata e Frei Caneca.
ü  Contratação de mercenários e navios.
o    Novo aumento de impostos.
ü  Violentamente reprimida.
o    Frei Caneca é executado.

  A crise do I Reinado:
ü  Dificuldades financeiras (queda nas exportações, empréstimos, falta de um produto significativo e despesas militares).
ü  Autoritarismo de D. Pedro I.
ü  Críticas da imprensa.
ü  Questão Sucessória (POR – 1826).
o    Medo da recolonização.
ü  Guerra da Cisplatina (URU – 1828).
o    Separação do Uruguai, 8 mil mortos e gastos inúteis).
ü  Assassinato de Frei Caneca e do jornalista Libero Badaró.
o    Impopularidade.
ü  Desregramento moral de D. Pedro I.
ü  Noite das Garrafadas (RJ – 1831).
ü  Ministério dos Brasileiros/ Ministério dos Marqueses.
ü  Abdicação (7/4/1831).
o    D. Pedro de Alcântara era menor de idade.
o    Regentes.

Ø  Período Regencial – 1831-1840








A CABANAGEM (PARÁ- 1835/1840)
Um dos mais importantes movimentos sociais ocorridos na história do Brasil, marcado pelo controle do poder político pelas camadas populares.
A população do Pará vivia em um estado de penúria, e sua esmagadora maioria vivia em cabanas, à beira dos rios, em condições de absoluta miséria.
O início do levante está ligado às divergências, no interior da elite dirigente, em torno da nomeação do presidente da província. A revolta contou com apoio da população pobre - insatisfeita com as péssimas condições de vida e contra os privilégios das oligarquias locais.
Em 06 de janeiro de 1835, os cabanos dominam a capital da província e ocupam o poder. Estabelecem um governo autônomo e de caráter republicano. Entre os principais líderes encontravam-se o cônego
Batista Campos, os irmãos Antônio e Francisco Vinagre, Eduardo
Angelim e o fazendeiro Clemente Melcher- proclamado o novo presidente da província.
A Cabanagem foi um movimento essencialmente popular. Em virtude de traições ficou enfraquecido, facilitando a repressão pelas forças regenciais. A primeira rebelião popular da história brasileira terminou com um saldo de mais de 40.000 mortes, em população de aproximadamente 100.000 pessoas.

A GUERRA DOS FARRAPOS (RIO GRANDE DO SUL- 1835/1845)
A revolução farroupilha foi a mais longa que já ocorreu na história brasileira. O movimento possui suas raízes na base econômica da região. A economia gaúcha desenvolveu-se para atender as necessidades do mercado interno - a pecuária e a comercialização do charque.
Os fazendeiros de gado gaúcho, denominados estancieiros, se revoltaram contra a elevação dos impostos sobre o charque, impedindo de competir com o charque argentino- que era privilegiado com tarifas alfandegárias menores.
Os estancieiros reivindicavam uma maior autonomia provincial. Os farroupilhas - que pertenciam ao Partido Exaltado, em sua maioria republicanos; liderados por Bento Gonçalves ocuparam Porto Alegre – no ano de 1835 - e em 1836 proclamaram a República de Piratini. Em 1839, com o auxílio do italiano Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro proclamaram a República Juliana, região de SantaCatarina. Com o golpe da maioridade, em 1840, D. Pedro II; procurando pacificar a região, prometeu anistia aos revoltosos - medida que não surtiu efeito. Em 1842 foi enviado à região Luís Alves de Lima e Silva – o barão de Caxias - para dominar a região. Em 1845 foi assinado um acordo de paz - Paz de Ponche Verde - entre Caixas e Canabarro, que entre outras coisas estabelecia anistia geral aos rebeldes, libertação dos escravos que lutaram na guerra e taxação de 25% sobre o charque platino. O termo "farrapos" foi uma alusão à falta de uniforme dos participantes da rebelião.



A SABINADA ( BAHIA - 1837/1838)
Movimento liderado pelo médico Francisco Sabino Barroso, contrário à centralização política patrocinada pelo governo regencial. Foi proclamada uma república independente até que D. Pedro II assumisse o trono imperial. O governo central usou da violência e controlou a rebelião, que ficou restrita à participação da camada média urbana de Salvador.

A BALAIADA ( MARANHÃO - 1838/1841 )
Movimento de caráter popular que teve como líderes Raimundo Gomes, apelidado de "Cara Preta"; Manuel dos Anjos Ferreira, fabricante de cestos e conhecido como "Balaio" e Cosme Bento, líder de negros foragidos. A grave crise econômica do Maranhão e a situação miserável da população, provocou uma rebelião contra a aristocracia local. Os rebeldes ocuparam a cidade de Caxias e procuraram implantar um governo próprio. A repressão regencial foi liderado por Luís Alves de Lima e Silva, que recebeu o título de "barão de Caxias" pelo sucesso militar.

Houve ainda um outro levante, que durou apenas dois dias, mas tem grande importância, por tratar-se de uma rebelião de escravos. Trata-se da Revolta dos Negros Malês, ocorrida na Bahia, no ano de
1835. Os negros malês eram de religião muçulmana, e se rebelaram contra a opressão dos senhores brancos. Com gritos de "morte aos brancos, viva os nagôs", espalharam pânico pela região. A repressão foi muito violenta

Ø  O Golpe da Maioridade
·         Desde 1835, a ideia de antecipar a maioridade já havia surgido no cenário político da Corte. Proprietários de escravos e de terras estavam assustados com a experiência de descentralização ocorrida durante o Período Regencial, que resultara em tantas revoltas sociais. O restabelecimento da autoridade monárquica era visto como a solução para a crise política.

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SEGUNDO REINADO – 1840-1889.

A) POLÍTICA INTERNA
          03 fases:
         Consolidação (1840 – 1850):
         Conciliação (1850 – 1870):
         Crise (1870 – 1889):
          02 correntes políticas:
         Liberais: profissionais liberais urbanos, latifundiários ligados a produção para o mercado interno (áreas mais novas).
         Conservadores: grandes comerciantes, latifundiários ligados ao mercado externo, burocracia estatal.
         Sem divergências ideológicas, disputavam o poder mas convergiam para a conciliação. Ambos representavam elites econômicas.
          Parlamentarismo às avessas:
         Poder legislativo subordinado ao executivo.
         Imperador = peça central nas decisões.
          A Lei de Terras (1850):
         Terras sem registro = “devolutas” (pertencentes ao Estado).
         Regularização mediante a compra de registro.
         Consequências:
ü  Pequenos proprietários perdem suas terras.
ü  Concentração de terras nas mãos de grandes latifundiários.
ü  Imigrantes e escravos libertos sem acesso a terra.
ü  Mão de obra barata e numerosa para grandes latifundiários.

B) POLÍTICA EXTERNA:
          Conflitos platinos:
         Causa básica: controle da navegação na Bacia do Prata.
         Causas secundárias:
ü  Disputas territoriais e enfraquecimento de rivais.
ü  Acesso a províncias do interior, especialmente MT (BRA).
         Situação no URUGUAI: 2 partidos rivais.
ü  Blancos – estancieiros, interior, pró-ARG, líder - ORIBE;
                                                                              X
ü  Colorados – comerciantes, Montevidéu, pró-BRA, líder - RIVERA.
         Situação na ARGENTINA: Buenos Aires X Interior
ü  Buenos Aires: Rosas (apoiado pelos Blancos do URU).
ü  Interior (Corrientes e Entre-Ríos) : Urquiza (apoiado pelos Colorados do URU e pelo Brasil).
         1864: Guerra contra Aguirre (URU – Blanco):
ü  BRA invade o URU, depõe Aguirre e coloca em seu lugar o colorado Venâncio Flores.
ü  Equilíbrio no Prata é rompido. Aguirre tinha acordo com o líder paraguaio Solano López.
          A Questão Christie (1863 – 1865):
         Rompimento de relações diplomáticas entre BRA e ING.
         Causas:
ü  Roubo de carga de navio inglês naufragado no RS (ING exige  indenização);
ü  Prisão de marinheiros ingleses no RJ (ING exige desculpas).
         W. D. Christie (embaixador inglês no Brasil) aprisiona 5 navios brasileiros no porto do RJ a título de indenização.
         BRA paga indenização mas exige desculpas da ING por invadir porto do RJ.
         Arbítrio internacional de Leopoldo I (BEL) favorável ao BRA;
         BRA rompe relações diplomáticas com a ING.
         ING desculpa-se oficialmente em 1865.
          A Guerra do Paraguai (1865 – 1870):
         Maior conflito armado da América Latina.
         Antecedentes:
ü  PAR: sem dívida externa, sem analfabetismo, miséria ou escravidão, com indústrias, estradas de ferro, universidades, telégrafo, exército desenvolvido, governado ditatorialmente por Solano López.
         Causas:
ü  PAR sem saída para o mar (anexações no BRA e ARG).
ü  “Mau exemplo” – oposição inglesa ao projeto paraguaio.
ü  Rompimento de relações diplomáticas com o BRA (represália a invasão do URU e deposição de Aguirre).
ü  Invasão paraguaia ao MT e ARG (1865).
         TRÍPLICE ALIANÇA (BRA + ARG + URU)*  X   PAR
         ING: retaguarda (empréstimos).
         Conseqüências:
ü  PAR: 600 mil mortos (99% dos homens), dívidas, perdas territoriais.
O MASSACRE DA POPULAÇÃO PARAGUAIA
ü  BRA: endividamento, fortalecimento político do exército, crise do escravismo e do Império.
ü  ING: afirmação de interesses econômicos na região.

C) ECONOMIA:
          Café: principal produto.
         Mercado externo (EUA/EUROPA).
         Alto valor.
         Solo (“terra roxa”) e clima favoráveis.
         Região Sudeste.
         Desenvolvimento dos transportes (estradas de ferro, portos).
         Desenvolvimento de comunicações (telégrafo, telefone).
         Desenvolvimento de atividades urbanas paralelas (comércio, bancos, indústrias)
         Vale do Paraíba (RJ – SP): 1ª zona de cultivo. Início no final do século XVIII. Latifúndio escravista tradicional, sem inovações técnicas. Principal até aproximadamente 1860-70.
         Oeste paulista: 2ª zona de cultivo. Início aproximadamente a partir de 1850. Tecnologicamente mais avançado. Introdução do trabalho de imigrantes paralelamente ao escravismo. “Terra Roxa”.
          Açúcar: decadência
         Concorrência externa.
         Açúcar de beterraba (Europa).
         Queda no preço.
          Outros produtos:
         Algodão (MA): importante entre 1861 e 1865 (18%)
ü  Guerra de Secessão (EUA)
         Borracha (AM e PA): importante a partir de 1880 (8%)
ü  II Revolução Industrial – automóveis.
         Couros e peles (6 – 8%)
         Fumo (2 – 3%)
BALANÇO ECONÔMICO DO II REINADO:
          A “Era Mauá” (1850 – 1870):
         Início da industrialização.
         Irineu Evangelista de Souza (Barão e Visconde de Mauá).
         Causas:
ü  Tarifa Alves Branco (1844):
Ø  Aumento de tarifas para importados.
Ø  Aumento de arrecadação para o Estado.
Ø  Estímulo involuntário para a indústria nacional.
ü  Fim do tráfico negreiro (1850):
Ø  Liberação de capitais.
         Mercado interno.
         Bens de consumo não duráveis.
         Setor têxtil: principal.
         Surto industrial que não alterou o a estrutura econômica nacional.
         Motivos do fracasso:
ü  Falta de apoio do governo.
ü  Sabotagens (oposição  de latifundiários).
ü  Concorrência inglesa.

D) SOCIEDADE:
          A Revolução Praieira (PE – 1848):
         Causas: concentração fundiária e crise econômica.
         Líderes: Pedro Ivo e Abreu Lima.
         Jornal “Diário Novo” – Rua da Praia.
         Manifesto ao Mundo: voto universal, liberdade de imprensa, abolição da escravidão, proclamação da República, nacionalização do comércio, direito ao trabalho.
         Última grande revolta do período.
         Influência das revoluções liberais européias.
          A imigração:

         Superação da crise do escravismo.
         Mito do “embranquecimento”.
         Necessidade de mão-de-obra (cafeicultura – sudeste).
         Ocupação e defesa (região sul).
         Crise econômica e social em países europeus.
         Os sistemas de imigração nos cafezais:

          A crise do escravismo:
         Oposição inglesa (Bill Aberdeen – 1845).
         Lei Eusébio de Queirós (1850).
ü  Fim do tráfico de escravos.
ü  Tráfico interprovincial (NE – SE).
ü  Aumento do valor dos escravos.
         Movimento abolicionista: intelectuais, camadas médias urbanas, setores do exército.
         Prolongamento da escravidão por meio de leis inócuas:
ü  Lei do Ventre Livre (1871).
ü  Lei dos Sexagenários ou Saraiva-Cotegipe (1885).
         Radicalização do movimento abolicionista – caifazes.
         Lei Áurea (1888):
ü  Fim da escravidão sem indenizações.
ü  Marginalização de negros.
ü  Crise política do império.

E) A CRISE GERAL DO IMPÉRIO (a partir de 1870):
          A questão religiosa:
         Igreja atrelada ao Estado (Constituição de 1824).
ü  Padroado e Beneplácito.
         1864 – Bula Syllabus (Papa Pio IX): maçons expulsos dos quadros da Igreja.
         D. Pedro II proíbe tal determinação no Brasil.
          Questão militar:
         Exército desprestigiado pelo governo: baixos soldos, pouca aparelhagem e investimentos.
         Exército fortalecido nacionalmente após a Guerra do Paraguai.
         Punições do governo a oficiais que manifestavam-se politicamente.
ü  Sena Madureira, Cunha Matos.
         Penetração de idéias abolicionistas e republicanas positivistas nos quadros do exército associam o Império ao atraso institucional e tecnológico do país.
          Questão Republicana:
         1870: Manifesto Republicano (RJ) – dissidência radical do Partido Liberal.
         1873: Fundação do PRP (Partido Republicano Paulista), vinculado a importantes cafeicultores do Estado.
         Descompasso entre poderio econômico dos cafeicultores do Oeste Paulista e sua pequena participação política.
         Abolicionismo em contradição com o escravismo defendido por velhas elites aristocráticas cariocas.
         Idéia do Federalismo – maior autonomia estadual.
         Apoio de classes médias urbanas, também pouco representadas pelo governo imperial.
          Questão Abolicionista:
         Abolição da Escravidão (1888) retira do governo imperial sua última base de sustentação: aristocracia tradicional.
          Império é atacado por todos os setores, sendo associado ao atraso e decadência.
          A Proclamação da República (15/11/1889):
         1888 – D. Pedro II tenta implementar reformas políticas inspiradas no republicanismo através de Visconde de Ouro Preto:
ü  Autonomia provincial, liberdade de culto e ensino, senado temporário, facilidades de crédito...
         Reformas negadas pelo parlamento que é dissolvido pelo imperador.
         Republicanos espalham boatos de supostas prisões de líderes militares.
         Marechal Deodoro da Fonseca lidera rebelião que depõe D. Pedro II.